Este blog foi criado para os meus alunos de português, para quem está aprendendo o idioma e para pessoas interessadas no Brasil e na cultura brasileira. Aqui será possível encontrar dicas de eventos culturais brasileiros em Barcelona (como festivais, shows e filmes) e seções como "Língua Solta", que traz o significado de palavras e expressões, e "Descobrindo o Brasil", com informações e curiosidades sobre o país.
As simpatias são ações praticadas supersticiosamente para conseguir algo que se quer. No Brasil, há várias que são realizadas na véspera do Ano Novo, como aqui na Espanha o costume de comer 12 uvas.
A principal é vestir-se de branco, que simboliza paz e pureza, para "iluminar" os caminhos. Outra superstição está relacionada à roupa de baixo (cueca ou calcinha), que deve ser nova. A cor dependerá do que a pessoa deseja: vermelho e rosa para amor, amarelo para dinheiro etc.
Para quem passa o Ano Novo na praia, o ritual é pular sete ondas depois das doze badaladas. Quanto à alimentação, dizem que é bom comer lentilha para atrair riqueza e chupar sete sementes de romã (e, depois, guardá-las em um saquinho na carteira para sempre ter muito dinheiro).
A festa de Ano Novo mais famosa do Brasil (e uma das mais famosas do mundo) é a da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que reúne dois milhões de pessoas de todas as partes do planeta. Há 18 minutos de fogos de artifício e grandes cascatas iluminadas nas fachadas dos hotéis. Além disso, são montados palcos para shows.
Estas são fotos aéreas de Belém, cidade brasileira que sediará no próximo mês de janeiro o Fórum Social Mundial. O evento, criado em 2001 como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), é organizado por movimentos sociais com o objetivo de celebrar a diversidade, discutir temas relevantes e buscar alternativas para problemas sociais. Espera-se a participação de 120 mil pessoas de 150 países.
Com 1,5 milhão de habitantes, Belém é historicamente a principal cidade da Amazônia. Foi escolhida como sede do fórum por sua tradição revolucionária, pois foi palco entre 1835 e 1840 da maior revolta popular da história da região (a Cabanagem), que conseguiu derrubar o governo da época. Além disso, tem um riquíssimo patrimônio histórico e uma localização geográfica estratégica, na foz do rio Amazonas. Tem acesso por vias rodoviária, fluvial, marítima e aérea, com aeroporto internacional.
As fotos abaixo foram retiradas do fórum sobre cidades www.skyscrapercity.com. As duas primeiras foram tiradas pelo "forista" Nunez, e as outras, por Mauricio Koury Palmeira. Clique sobre as fotos para ampliá-las.
Belém fotografada da janela de um avião
Skyline da cidade, com a baía do Guajará
Vista em que aparecem à frente o Mercado Ver-o-Peso (à esq.) e o Núcleo Feliz Lusitânia (à dir.)
Hoje foi publicada a minha segunda coluna no "Diário do Pará", sobre o bom ano do cinema brasileiro na Europa. Parece que agora sairá todas as segundas (e não aos domingos). Clique aqui para acessar a página da edição eletrônica do jornal. Depois, é necessário clicar em "Cadernos" no menu superior, escolher o suplemento "Você" e passar as páginas com a setinha até encontrar o meu artigo (está na página 4). Para ampliar a página, clique nessa opção no menu.
"Estômago" foi eleito pelo público o melhor filme do Cine Fest Brasil, que acabou ontem. Foram o ator João Miguel e a produtora Cláudia da Natividade que receberam o troféu, chamado Lente de Cristal. "Estômago" já está em cartaz em Barcelona nos cinemas Alexandra 5, Cinesa Heron City 3D, Renoir Floridablanca, Renoir Les Corts e Yelmo Cineplex Icaria. Os três últimos apresentam o filme em versão original com legendas. As fotos abaixo são de Mariana Vianna.
João Miguel exibe o troféu Lente de Cristal
Betty Faria, João Miguel, Claudia da Natividade e Viviane Spinelli, organizadora do festival
Hoje publico a segunda colaboração de um aluno. Trata-se de um texto escrito pela Mònica sobre A Casa Portuguesa, em Gràcia. Leia abaixo.
"Há dois anos, A Casa Portuguesa abriu as suas portas no bairro de Gràcia em Barcelona, mais concretamente na rua Verdi, 58. Trata-se de um espaço dedicado à divulgação, promoção e venda do melhor da gastronomia e da cultura portuguesas.
O local não é muito grande. Apenas há espaço para cinco ou seis mesas. Também há uma balcão com alguns tamboretes e uma prateleira cheia de doces típicos, como os pastéis de Belém, o bolo de café e outros petiscos.
A atmosfera do local é muito agradável. É habitual ouvir as pessoas falando em português, já que o lugar é um ponto de encontro entre os portugueses que moram em Barcelona.
Às vezes organizam atos culturais, como concertos, apresentações de livros e jornadas gastronômicas. Pode-se conhecer mais visitando o seu site (www.acasaportuguesa.com) ou passando diretamente por lá - para tomar um bom vinho com queijo ou chouriço ou um café com um delicioso bolo."
Vista geral do espaço A Casa Portuguesa
Deliciosos doces típicos podem ser encontrados no local
Hoje é o último dia do Cine Fest Brasil, no cinema Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). Serão exibidos "Meu Nome Não É Johnny", às 17h30, "Mutum", às 19h30, e o premiado "Tropa de Elite", às 22h. A entrada custa 5 €.
Os dois filmes apresentados ontem no Cine Fest Brasil, "Os Desafinados" e "Vidas", deixaram a desejar. O primeiro desafinou completamente. O filme, sobre um grupo fictício de bossa nova dos anos 1960, tem duas horas de mal cinema. A história é frouxa, com muitas cenas dispensáveis, contexto histórico mal-explicado, histórias mal-contadas. Cláudia Abreu exagerou na interpretação e Rodrigo Santoro não convence. Salvam-se as interpretações de Jair de Oliveira, Selton Mello e André Moraes.
Já "Vidas", documentário de Pedro Flores sobre artesãos das cinco regiões brasileiras, pecou pela inclusão da "trama" do casal de documentaristas. Os dois atores, que estavam ali para fazer uma espécie de "reflexão" sobre os depoimentos dos artistas, eram completamente dispensáveis. A relação criada entre os dois, um romance bobo e mal-contado, estava totalmente fora de lugar. Outro ponto negativo é a reafirmação de estereotipos: Belém aparece como se fosse uma cidade do interior, mostra-se apenas uma vista do Ver-o-Peso e casas de madeira. O melhor do filme é realmente os seus personagens, artesãos que batalham para sobreviver do seu ofício, que se emocionam com o que fazem, que são a cara do Brasil.
O diretor Pedro Flores apresentou o filme, em português, para a platéia. É seu primeiro trabalho no cinema. Antes havia produzido apenas para a TV. "Este documentário mostra as diferenças que existem no Brasil, de cultura e de etnias, e foi feito por uma pessoa totalmente apaixonada pelo país", disse.
Hoje o Cine Fest Brasil reexibe dois filmes. Às 19h30 será projetado "Vidas", de Pedro Flores, um documentário que retrata artesãos das cinco regiões brasileiras. Às 22h é a vez de "Os Desafinados", que conta a história de um grupo de bossa nova que, nos anos 1960, vai a Nova York em busca de sucesso internacional. O elenco conta com as estrelas Rodrigo Santoro, Claudia Abreu e Selton Mello. Com direção de Walter Lima Jr., tem como pano de fundo tanto o êxito mundial da bossa nova quanto a ditadura que assolava o Brasil. O festival acontece no Cine Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). A entrada custa 5 €.
Filho de um agricultor do sertão de Minas Gerais, onde vive, o menino Thiago da Silva Mariz, 13, rouba a cena em "Mutum", de Sandra Kogut, exibido ontem no Cine Fest Brasil. Escolhido pela própria diretora para interpretar o papel principal no filme, o menino surpreende pela sua expressividade, sempre em um tom natural.
Segundo o ator João Miguel, que interpreta o violento pai de Thiago, o menino impressionou a todos. "Ele não era ator. Antes da filmagem, tivemos dois meses de preparação para que pudesse entrar em contato com a câmera de maneira muito natural", explicou depois da sessão.
Além de Thiago, outras crianças e adultos da roça também participaram do filme, o que garante uma dose de realismo que seria difícil de encontrar com atores. Baseado no livro "Campo Geral", de Guimarães Rosa, "Mutum" mostra a dura realidade da vida no sertão através dos olhos de Thiago (que também é o nome do seu personagem). "É a terceira vez que vejo o filme e me deu uma saudade... Durante quatro meses, esses meninos me chamaram de pai", finalizou João Miguel.
No rastro de boas críticas, o filme "Mutum" será exibido hoje às 22h no Cine Fest Brasil. Primeiro longa de ficção de Sandra Kogut, é baseado em uma história do escritor Guimarães Rosa, sobre a dolorosa infância de um menino em Mutum, no sertão de Minas Gerais. João Miguel, o premiado protagonista de "Estômago", interpreta o pai do garoto. Antes, às 19h30, haverá a segunda sessão de "Cão sem Dono". Leia abaixo a programação e as sinopses.
16/11
19h30
Cão sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca Drama, 82 min, Brasil, 2007 Elenco: Júlio Andrade, Tainá Müller, Luiz Carlos V. Coelho, Marcos Contreras Ciro se formou recentemente em literatura, mas passa por uma crise existencial devido ao ceticismo e à falta de planos. Marcela é uma ambiciosa modelo em início de carreira, que se entrega de forma obsessiva ao trabalho e, com isso, adia a realização de seus objetivos. Eles se apaixonam e passam a dividir sonhos e problemas.
22h
Mutum, de Sandra Kogut Drama, 95 min, Brasil/França, 2007 Elenco: Thiago da Silva Mariz, Wallison Felipe Leal Barroso, João Miguel e Izadora Fernandes Mutum é um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde se passa a história do menino Thiago e sua família. O filme mostra, sob o olhar infantil de Thiago, o mundo nebuloso dos adultos, com suas traições, violências e silêncios. O filme é baseado na obra "Campo Geral", de João Guimarães Rosa.
Dois filmes com temas distintos, mas muito brasileiros, serão exibidos amanhã no Cine Fest Brasil. "Os Desafinados" conta a história de um grupo de bossa nova que, nos anos 1960, vai a Nova York em busca de sucesso internacional. O elenco conta com as estrelas Rodrigo Santoro, Claudia Abreu e Selton Mello. Com direção de Walter Lima Jr., tem como pano de fundo tanto o êxito mundial da bossa nova quanto a ditadura que assolava o Brasil. Já "Vidas" é um documentário de Pedro Flores que retrata artesãos das cinco regiões brasileiras. "Os Desafinados" será exibido às 19h30, e "Vidas", às 22h. O festival acontece no Cine Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). A entrada custa 5 €.
Por conta da grande procura do público (a sessão de hoje se esgotou antes das 19h, não conseguimos entrar!), o filme "Meu Nome Não É Johnny" será exibido mais uma vez no Cine Fest Brasil: nesta quinta-feira, às 17h30. Não sei se toda essa popularidade quer dizer que o filme é bom, mas é um bom termômetro.
Hoje saiu a minha primeira coluna no "Diário do Pará", sobre lugares que serviram de locação para filmes em Barcelona. Será semanal e sempre sobre temas culturais da Europa. Clique aqui para acessar a página da edição eletrônica do jornal. Depois, tu tens que clicar em "Cadernos" no menu superior, escolher o suplemento "Você" e passar as páginas com a setinha até encontrar o meu artigo (na penúltima página). Boa leitura!
"Meu Nome Não É Johnny", de Mauro Lima, e "Incuráveis", de Gustavo Acioli, serão exibidos hoje pela segunda vez no Cine Fest Brasil. Haverá ainda a projeção, às 17h30, do documentário uruguaio "Dos Hítleres". O festival acontece no cinema Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). Veja abaixo horários e sinopses.
Dia 14/11
17h30 Dos Hítleres, de Ana Tipa Documentário, 52 min, 2007, Uruguai A vida de dois uruguaios de nome Hitler, nascidos em 1939, evoca aspectos singulares da realidade uruguaia atual.
19h30 Meu Nome Não É Johnny, de Mauro Lima Drama, 115 min, Brasil, 2008 Elenco: Selton Mello, Cléo Pires, Cássia Kiss, Júlia Lemmertz, Eva Todor e Ângelo Paes Leme. História de João Guilherme Estrella, carismático carioca de classe média que se tornou o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro e depois lidou com o sistema carcerário do país.
22h Incuráveis, de Gustavo Acioli Drama, 81 min, Brasil, 2006 Elenco: Dira Paes e Fernando Eiras Um homem , uma mulher, um quarto de hotel barato, um jogo sem regras, uma única noite. Um não sabe quem é o outro e, por isso mesmo, cada um pode ser o que quiser.
No terceiro dia do Cine Fest Brasil, ontem, a atriz Betty Faria apresentou o clássico “Bye Bye Brasil” (1979), do qual é protagonista, e o diretor Renato Ciasca apresentou seu último fime, em parceria com Beto Brant, o envolvente “Cão sem Dono”.
O filme de Ciasca mostra a relação entre Ciro e Marcela, dois jovens que começam a descobrir os caminhos da vida adulta, em meio a crises existenciais, dificuldade de encontrar trabalho, ceticismo, sonhos e ambições. A história passa-se em Porto Alegre e representa bem a maneira de falar daí: o sotaque, as expressões, o humor particular.
O filme destaca ainda pela interpretação dos atores - natural, espontânea, quase como se vivessem de verdade casa cena. Ciasca, que respondeu a perguntas da platéia, afirmou que os atores passaram por um mês de ensaios e experiências antes de começar a rodar o filme. “Tentamos várias versões para a mesma cena, com tons e enfoques diferentes, e também demos espaço para a improvisação”, explica.
A atriz principal, Tainá Müller, era namorada na época do autor do livro homônimo que inspirou o filme, Daniel Galera. “A escolha dela foi natural. A personagem é uma modelo, como ela, e, além disso, ela conhecia muito bem a história do livro”, explica. Tainá é a única “não-atriz” do filme, mas não destoa do resto do elenco em nenhum momento. Os outros atores, todos gaúchos, já trabalharam em cinema ou teatro.
O outro protagonista, Júlio Andrade, até então só havia feito papéis secundários em cinema. Para “Cão sem Dono”, resolveu mergulhar de cabeça no personagem: mudou-se para o apartamento que seria a casa do seu personagem um mês antes do início das filmagens. A intensidade com que os atores abraçaram a história resultou até em um fato inusitado, contado por Ciasca: Tainá deixou Galera para ficar com Júlio.
Já a atriz Betty Faria estava muito feliz com a afluência do público ao festival. “Estou ‘encantada’ com o fato de as pessoas, tanto brasileiros quanto de Barcelona, terem vindo ver ‘Bye Bye Brasil’”. Ela comemora a boa fase do cinema brazuca. “Vem em um crescendo, com muita qualidade.”
Renato Ciasca com Betty Faria e Viviane Spinelli, organizadora do festival, após exibição de “Cão sem Dono”
Betty Faria estava feliz com a afluência de público
Hoje o Cine Fest Brasil exibe o clássico "Bye Bye Brasil" (1979), de Cacá Diegues, e "Cão sem Dono" (2007), de Beto Brant e Renato Ciasca. O primeiro é considerado uma das produções brasileiras mais importantes dos anos 1970. A partir das viagens de um grupo de artistas mambembes, mostra o atraso e a pobreza do interior do Nordeste e a imigração de brasileiros à Amazônia, com a abertura de novas estradas e com a criação de grandes projetos na região.
O filme concorreu à Palma de Ouro, em 1980, e ganhou o prêmio de melhor diretor no mesmo ano no Festival de Cinema de Havana, em Cuba. A exibição contará com a presença da atriz Betty Faria, protagonista da produção.
Já "Cão Sem Dono" é um filme mais intimista, que, a partir da relação de um casal, mostra o vazio existencial de toda uma geração. Leva a assinatura dos diretores Beto Brant e Renato Ciasca, os mesmos realizadores de "O Invasor".
Antes dos dois filmes, será exibido às 17h30 um documentário do Ciclo DocTV, com entrada gratuita. O Cine Fest Brasil acontece no Cine Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). A entrada custa 5 €.
Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues Comédia, 105 min, Brasil, 1979 Elenco: José Wilker, Betty Faria, Fábio Junior, Zaira Zambelli Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas mambembes que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos em cidades esquecidas. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a caravana cruza a Amazônia até chegar a Belém.
Cão sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca Drama, 82 min, Brasil, 2007 Elenco: Júlio Andrade, Tainá Müller, Luiz Carlos V. Coelho, Marcos Contreras Ciro se formou recentemente em literatura, mas passa por uma crise existencial devido ao ceticismo e à falta de planos. Marcela é uma ambiciosa modelo em início de carreira, que se entrega de forma obsessiva ao trabalho e, com isso, adia a realização de seus objetivos. Eles se apaixonam e passam a dividir sonhos e problemas.
Hoje serão exibidos no Cine Fest Brasil os filmes "Incuráveis" (19h30), de Gustavo Acioli, e "Meu Nome Não É Johnny" (22h), de Mauro Lima. O festival acontece no cinema Verdi Park (rua Torrijos, 49, metrô Fontana). É hoje também que começa a mostra paralela DocTV Iberoamérica, que apresentará documentários, com "Jesus no Mundo Maravilha" (17h30), de Newton Cannito, uma produção brasileira. A entrada para o ciclo DocTV é gratuita e para os outros filmes custa 5 €. Leia abaixo as sinopses.
Dia 12/11
17h30 Jesus no Mundo Maravilha, de Newton Cannito Documentário, 52 min, Brasil, 2007 Jesus, Lúcio e Pereira, ex-policiais que agora trabalham num parque de diversões, revelam por meio de seus sonhos a cultura da corporação policial no Brasil.
19h30 Incuráveis, de Gustavo Acioli Drama, 81 min, Brasil, 2006 Elenco: Dira Paes e Fernando Eiras Um homem , uma mulher, um quarto de hotel barato, um jogo sem regras, uma única noite. Um não sabe quem é o outro e, por isso mesmo, cada um pode ser o que quiser.
22h Meu Nome Não É Johnny, de Mauro Lima Drama, 115 min, Brasil, 2008 Elenco: Selton Mello, Cléo Pires, Cássia Kiss, Júlia Lemmertz, Eva Todor e Ângelo Paes Leme. História de João Guilherme Estrella, carismático carioca de classe média que se tornou o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro e depois lidou com o sistema carcerário do país.
O filme "Estômago", que abriu ontem a terceira edição do Cine Fest Brasil, em Barcelona, arrancou aplausos acalorados do público no final da sessão. A saga do cozinheiro nordestino Raimundo Nonato em São Paulo conquistou pela maestria da narrativa, alternando passado e presente, equilibrando humor e drama em doses precisas. O filme tem a culinária como fio condutor, com todas as metáforas e sensações que o ato de comer comporta.
O ator principal, João Miguel, estava presente e desejou a todos "buen provecho" antes da sessão. Ele ganhou o prêmio de melhor ator no último Festival Internacional de Cinema de Valladolid. Outra estrela presente era Betty Faria, protagonista do clássico "Bye Bye Brasil", que será exibido amanhã (12/12), às 19h30. "É a minha primeira vez em Barcelona", contou a este blog. "Mas frequento o festival da Inffinito (produtora do evento) desde que começou em Miami, há 12 anos, quando ainda era muito pequeno", diz. Hoje o Festival de Cinema Brasileiro da produtora acontece, além de Barcelona e Miami, em Nova York, Madri, Vancouver, Buenos Aires, Roma e Milão.
Público concentrado em frente ao cinema Verdi Park
O ator João Miguel, na comemoração pós-filme no Café Salambó
A atriz Betty Faria (2ª a partir da esq.) com organizadores e autoridades
Amanhã começa a pequena maratona de cinema brasileiro no cinema Verdi Park, no bairro de Gràcia. Serão exibidas oito produções recentes e o clássico "Bye Bye Brasil", de 1979, com presença da atriz protagonista Betty Faria. Além do mais, a partir do dia 12, haverá sessões gratuitas de documentários ibero-americanos na mostra DocTv IB.
A primeira sessão do festival, amanhã às 20h30, apresenta "Estômago", de Marcos Jorge, vencedor da Espiga de Ouro de melhor filme no último Festival Internacional de Cinema de Valladolid. É a história de ascensão e queda de Raimundo Nonato, um cozinheiro com dotes muito especiais. Trata de dois temas universais: a comida e o poder. Segundo o site oficial, pode ser definido como "uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e culinária".
O filme marca a estréia de Marcos Jorge na direção de longas-metragens, após uma bem-sucedida carreira como diretor de curtas-metragens e comerciais e como artista especializado em vídeo-instalações. Ele estudou cinema na Itália, onde viveu nos anos 1990. A imprensa francesa definiu o filme como "original, insolente e politicamente incorreto, uma feroz parábola de poder".
"Estômago" já soma 18 prêmios, sendo 13 em festivais internacionais. Entre eles estão o prêmio do júri do Festival de Biarritz (França), de melhor filme estrangeiro no 16º Raindance Film Festival (Londres), de melhor ator (João Miguel) no Festival de Valladolid (Espanha) e de melhor atriz (Fabiula Nascimento) no Festival Internacional de Cinema do Funchal (Portugal).
Na seção "Clássico Brasil", no sábado às 19h30, será exibido "Bye Bye Brasil", de Cacá Diegues. Gravado nos anos 1970, o filme é um "road movie" pelo interior do Brasil. Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas mambembes que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos em cidades esquecidas. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a caravana cruza a Amazônia até chegar a Belém.
A mostra DocTV IB acontece entre os dias 12 e 17, sempre às 17h30, com entrada gratuita. Já os ingressos para os longa-metragens custam 5 €. Clique aqui para ver a programação completa.
Dois poemas do autor paranaense Paulo Leminski (1944-1989). Sua obra caracteriza-se pelos poemas curtos - freqüentemente haikais, trocadilhos ou brincadeiras com ditados populares.
Uma boa dica para quem está aprendendo português em Barcelona é o Centro de Estudos Brasileiros (CEB), no Passeig de Gràcia. A instituição, que é uma dependência do Consulado-Geral do Brasil, tem uma biblioteca com mais de 4 mil livros, filmes (ficção e documentário) e minisséries para a TV em DVD, centenas de CDs de música brasileira e dezenas de CD-ROMs. Para ter acesso a esse material, o interessado deve cadastrar-se no centro, pagando apenas 6 euros anuais.
Pode-se levar até dois livros, dois CDs e um DVD ao mesmo tempo. Os livros devem ser devolvidos em 15 dias, e os CDs e DVDs em uma semana. O centro, que também oferece cursos de português, aplica uma vez por ano o CELPE (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros), o exame oficinal do Ministério da Educação.
Quanto mais contato o aluno tiver com a língua mais aprenderá. Assim, escutar música e ver filmes brasileiros é uma boa maneira de exercitar a compreensão oral, de aprimorar a pronúncia e de aumentar o vocabulário. E a leitura é fundamental para escrever bem o idioma, além de enriquecer o vocabulário.
Outro motivo para visitar o centro é o belo edifício onde está situado. A casa Amatller, inagurada em 1900, tem estilo modernista e foi projetada pelo arquiteto Puig i Cadafalch. Atualmente sua fachada está em reforma e deve ficar pronta no início do ano que vem. O funcionários do CEB, brasileiros, são muito simpáticos e atenciosos.
O endereço é Passeig de Gràcia, 41, 3º andar (metrô Passeig de Gràcia). Abre de segunda a sexta-feira, das 14h às 19h30. O telefone é 93 215 6486, e o e-mail é cebbcn@ceb-barcelona.org. Para mais informações, clique aqui para ver o site oficial do CEB.
Um pouco de música - e da boa! Publico hoje um vídeo da cantora Elis Regina (1945-1982), um mito da música brasileira, interpretando "Águas de Março", de Tom Jobim.
A letra não conta uma história, mas apresenta uma série de imagens que formam uma colagem, com referências à cultura brasileira, à flora, à fauna e aos mitos da Amazônia. A canção foi inspirada nas chuvas de março do Rio de Janeiro, que simbolizam o fim do verão brasileiro. Segundo especialistas, a progressão descendente da música e da letra representa os som das águas correndo nas calhas dos telhados.
"Águas de Março" foi eleita a melhor canção brasileira de todos os tempos, em 2001, por mais de 200 jornalistas, músicos e outros artistas, em uma votação promovida pelo jornal "Folha de S. Paulo". Para ler a letra, abra diretamente aqui o link do You Tube. Está no espaço para informações ao lado do vídeo.
Sou jornalista e tradutor com mestrado em Cultura Histórica e Comunicação pela Universidade de Barcelona. Trabalhei sete anos como repórter e redator no jornal "Folha de S. Paulo" e colaborei com publicações como o jornal suíço "Le Matin" e a revista "Marie Claire". Atualmente atuo como freelancer nas áreas de turismo e cultura.