O Fórum Social Mundial começa hoje em Belém. Abaixo um texto do "Diário do Pará" sobre a marcha de abertura, às 14h (horário do Brasil).
"O simbolismo tem razão de ser. O último Fórum Social Mundial foi centralizado na África, mais especificamente em Nairobi, no Quênia. Da África para a Amazônia, o simbolismo não poderia ser mais preciso.
“O conselho internacional do FSM decidiu realizar o evento na Amazônia porque a região representa para o mundo muito mais que um território, mas a própria protagonista da discussão que envolve a diversidade humana, cultural e natural dos nove países que formam a Pan-Amazônia e pela primeira vez as demandas e necessidades serão apresentadas pelo povos locais. Agora serão os povos indígenas falando para o mundo, sem interlocutores, quais são seus problemas e necessidades”, diz a coordenação do FSM.
O início da caminhada, ou grande marcha, como é oficialmente chamada, está previsto para as 14h. Essa marcha simbolizará o encontro do FSM com a cidade de Belém. O ponto de partida será a escadinha da praça Pedro Teixeira ao lado da Estação das Docas, onde os povos indígenas serão presenteados pelos povos da África com típicos artefatos africanos e irão compartilhar uma Ceia Sagrada.
Segundo coordenadores do FSM, a celebração representa as boas-vindas dos amazônidas aos africanos e a passagem do “espírito” do último FSM para o atual. A despedida dos africanos será ritmada ao som de atabaques e berimbaus.
Várias etnias estarão na caminhada
“Teremos muitos representantes da África, assim como índios. Na programação estão previstos cânticos e poesias. Um trio cantará ‘Gracias a La Vida’, porque precisamos, sim, lutar, mas não podemos deixar de usufruir a vida”, diz Nilma Bentes, coordenadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará. Logo após o canto, será a vez da poesia de Amilcar Cabral, celebrando a união entre os povos. Depois virá a ceia com índios e negros e finalmente a cerimônia oficial de passagem.
“Teremos três grandes atabaques, 11 berimbaus, cinco animadoras, e uma cerimônia afro-religiosa” como diferencial”, diz Nilma. Com o consentimento dos povos africanos para dar continuidade ao Fórum Social Mundial os indígenas vão dar início à marcha que passa pelas avenidas Presidente Vargas, Nazaré e Almirante Barroso até a praça do Operário, em São Brás, onde uma programação cultural será promovida pelas etnias. Mais de 100 mil pessoas devem participar da caminhada, onde organizações e movimentos sociais irão estender seus símbolos e bandeiras de lutas. A principal talvez seja em prol dos povos palestinos. Uma central sindical também pretende fazer protestos contra a crise econômica e o governo Lula.
27/01/2009
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